Citi corta preço-alvo do Banco do Brasil (BBAS3) e recomenda cautela

Citi reduz o preço-alvo da ação BBAS3 de R$ 27 para R$ 23 e mantém recomendação neutra. Veja os motivos da revisão e os riscos com o crédito rural em 2025.

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6/30/20252 min ler

O Citigroup revisou sua projeção para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), reduzindo o preço-alvo de R$ 27 para R$ 23, sugerindo perspectivas neutras para o papel. A análise, publicada em 30 de junho de 2025, mantém a recomendação de “neutra”, mas destaca fatores de risco relevantes que justificam atenção.

Nova avaliação do Citi

A redução do preço-alvo representa um potencial de valorização modesto de cerca de 6,5%, considerando o valor de fechamento das ações na data da análise. Apesar do corte, a recomendação para os papéis permaneceu em neutra, refletindo uma postura cautelosa.

Preocupações com o agronegócio

O Citi aponta um possível estrangulamento dos resultados do Banco do Brasil devido à recuperação lenta dos empréstimos rurais, que representam cerca de 35% da carteira de empréstimos do banco.

Os principais fatores de pressão neste segmento são:

  1. Produtividade das safras, ainda em recuperação após resultados abaixo do esperado;

  2. Juros elevados, que estão impactando negativamente a inadimplência (NPLs);

  3. Spreads bancários reduzidos, prejudicando a margem do banco.

Essa combinação levou o Citi a revisar para baixo a estimativa de lucro do BB em 12% para o ano de 2025 e 14% para 2026.

Outros impactos financeiros

Além das preocupações com o agronegócio, o Citi destaca que parte dos recursos direcionados ao segmento é voltada a planos de investimento agrícola, com forte concentração em regiões como Centro-Oeste (34%) e Sudeste.

Isso torna os resultados financeiros do BB especialmente sensíveis ao desempenho do setor rural — incluindo colheitas, condições climáticas e políticas financeiras.

O que isso significa para você?

  • Investidores devem considerar que o potencial de valorização reduzido (6,5%) limita as oportunidades de ganho rápido.

  • Carteiras focadas em ações de bancos precisam levar em conta o risco do segmento agro e a volatilidade associada.

  • Perfil conservador pode preferir aguardar sinais de recuperação robusta na carteira rural antes de reentrar em BBAS3.

Oportunidades e pontos de atenção

  • A recomendação neutra do Citi sugere que, embora não haja expectativa de valorização expressiva no curto prazo, também não se prevê desvalorização significativa — desde que não piore o cenário rural.

  • Se o agronegócio recuperar ritmo estável, isso poderá desbloquear novos catalisadores para o banco.

  • Contudo, se a inadimplência seguir alta e os resultados do crédito rural continuarem pressionados, a cautela será justificada.

Resumo da análise do Citi

  • Preço-alvo recuado: R$ 27 → R$ 23 (aproximadamente 6,5% de upside)

  • Recomendação: Neutra

  • Foco de risco: Empréstimos ao agronegócio (35% da carteira), produtividade, juros altos, spreads baixos

  • Previsão de lucro reduzida: –12% (2025) e –14% (2026)

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