Klabin entra em “momento de colheita” e foca na geração de caixa após ciclo recorde de investimentos

Após investir R$ 29 bilhões em expansão, Klabin (KLBN11) inicia fase de colheita, priorizando geração de caixa, contratos de longo prazo e foco na valorização dos acionistas.

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8/6/20252 min ler

Em teleconferência na quarta-feira (6 de agosto), o CEO da Klabin, Cristiano Teixeira, declarou que a companhia concluiu um extenso ciclo de investimentos e agora vive uma era de valorização dos acionistas — priorizando a geração de caixa, desalavancagem e eficiência operacional.

Lucro em alta e cenário estratégico

No 2T25, a Klabin registrou lucro líquido de R$ 585 milhões, alta de 86% em relação a 2024, superando as estimativas de mercado (crescimento previsto era inferior). O Ebitda foi de R$ 2,04 bilhões, cerca de 5% abaixo da estimativa do Itaú BBA, que previa R$ 2,15 bilhões.

O Volume de celulose cresceu 6%, e papel e embalagens avançaram 4%, com preços em alta impulsionando os resultados. O BB Investimentos destacou que o segmento de ondulado continua ganhando market share de forma consistente.

Ciclo de investimentos e transição para foco em valor

Após investir cerca de R$ 29 bilhões em expansão nos últimos cinco anos — incluindo os grandes projetos Puma II e Figueira — a Klabin agora migra para uma fase de retorno desses recursos ao acionista.

O modelo estratégico agora prioriza redução de alavancagem e geração de caixa robusta, com a possibilidade de recompra de ações no futuro.

Papelão ondulado como destaque operacional

O CEO destacou que a Klabin deixou de ser apenas uma "papeleira" para se tornar uma prestadora de serviços. Atualmente, cerca de 70% dos contratos de papelão ondulado são de 3 a 5 anos e renováveis, fortalecendo a previsibilidade de suas receitas.

Impacto das tarifas dos EUA e exposição ao câmbio

O efeito da tarifa de 50% aplicada pelos EUA às exportações brasileiras foi minimizado pela empresa: menos de 2% das vendas foram afetadas. A Klabin realocou exportações para outros mercados de forma eficaz, reduzindo impactos no volume.

Como exportadora, a companhia se beneficia do câmbio: estima-se que cada variação de R$ 0,10 no dólar impacta o Ebitda em cerca de R$ 160 milhões, devido à combinação de receita em dólar e custos em real.

Riscos a serem monitorados

  • Ebitda ficou levemente abaixo das expectativas, sinalizando espaço para ajuste nas estimativas.

  • O cenário macro e o câmbio podem impactar a rentabilidade futura.

  • Política de dividendos e eventual recompras ainda dependem de fluxos de caixa estáveis.

A Klabin formaliza a transição de um período intenso de investimentos para uma fase de valorização dos acionistas. Com resultados operacionais robustos, foco em eficiência, desalavancagem e aproveitamento de ambiente cambial favorável, a empresa sinaliza forte disciplina para gerar valor. Para investidores que buscam estabilidade, potencial de dividendos e exposição a exportações, KLBN11 merece atenção — especialmente neste momento estratégico de "colheita".

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