Pessimismo ainda pesa sobre ações do Banco do Brasil (BBAS3): XP e JPMorgan explicam por que

XP e JPMorgan mantêm postura cautelosa com BBAS3. Inadimplência no agro, revisões negativas e sentimento de mercado pressionam as ações do Banco do Brasil em 2025. Saiba o que esperar.

7/7/20252 min ler

Desde a divulgação dos resultados do 1T25, em maio, o ambiente para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) segue desfavorável. Relatórios da XP Investimentos e do JPMorgan destacam fatores que mantêm o pessimismo sobre o papel.

Revisão para baixo das projeções da XP

  • A XP reduziu sua estimativa de lucro líquido para R$ 5,4 bilhões no 2T25 (antes eram R$ 6,4 bilhões) e recuou a perspectiva de lucro anual para R$ 26 bilhões (queda de 8%)

  • O guidance para o crescimento da carteira de crédito foi mantido entre 5,5% e 9,5% a.a., mas aponta para estabilização, após alta de 12,5% no 1T — o que pode indicar desaceleração.

Qualidade de crédito em deterioração

  • A XP aponta que a inadimplência — especialmente no agronegócio — está pior do que o esperado, o que eleva as provisões e reduz a lucratividade

Sentimento negativo do JPMorgan

  • O JPMorgan destaca que quase todas as instituições evitam posições em BBAS3, com apenas alguns investidores otimistas fundamentados em apostas contrárias (short squeeze).

  • A perspectiva é de que o pior do agronegócio ainda não foi captado nos resultados e que o resgate só deve ocorrer a partir do 2T25, após a divulgação de dados de inadimplência atuais.

Comparativo com outros bancos

  • O JPMorgan afirma que o mercado está preferindo o Bradesco (BBDC4) como aposta “beta” de maior volatilidade, enquanto o Itaú (ITUB4) está sendo considerado caro.

  • O Santander (SANB3) também enfrenta preocupações, sobretudo com crédito ao consumidor, e menor liquidez — o que reforça a visão de que BBAS3 está sendo evitado.

O que isso significa para o investidor?

  • Paciência será necessária: com perspectivas de resultados fracos em 2T25, o mercado aguarda indicadores de melhora da qualidade do crédito, especialmente no agronegócio.

  • Baixo potencial de valorização no curto prazo, já que o preço tem sido pressionado por revisões negativas e cautela generalizada.

  • Oportunidade para investidores contrários: se você acredita que o pior já passou e houve exagero na queda, pode haver espaço para compras pontuais, especialmente se os dados do 2T25 surpreenderem positivamente.

BBAS3 segue sob forte influência de inadimplência crescente no agro, guidances conservadores e sentimento negativo persistente do mercado. Enquanto não houver evidências claras de recuperação dos indicadores de crédito, o apelo do banco como investimento será restrito.

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