Marfrig amplia participação na BRF para 58,87% em meio a impasse da fusão

Marfrig aumenta participação na BRF para 58,87% enquanto AGE é adiada pela CVM. Entenda o impasse da fusão, os riscos para minoritários e os próximos passos no setor de proteínas.

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7/13/20252 min ler

A Marfrig (MRFG3) informou que, direta e indiretamente, passou a deter 58,87% do capital social da BRF (BRFS3), conforme comunicado divulgado no sábado (12), após o fechamento do pregão.

O percentual inclui 990,5 milhões de ações ordinárias e derivativos financeiros, sendo 5,11% compostos por derivativos com liquidação financeira.

A informação reforça o controle de Marfrig na BRF e está inserida no contexto da fusão proposta, anunciada em maio.

Contexto atual: impasse regulatório

A CVM adiou pela segunda vez a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da BRF, que deveria aprovar a fusão, atendendo a pedidos de acionistas minoritários que reclamaram da falta de informações. A nova data da AGE será definida 21 dias após a BRF divulgar os dados exigidos.

Segundo a Reuters, a CVM exigiu que a BRF apresentasse informações adicionais aos comitês independentes antes de avançar com a votação.

O que muda com essa diluição acionária?

  • Exercício de controle reforçado
    Com quase 59% do capital, a Marfrig consolida sua posição de controle, preparando o terreno para a incorporação da BRF, caso a fusão seja aprovada pelos sócios de ambas as empresas.

  • Risco de minoritários valorizado
    A postura da CVM e o impasse revelam uma preocupação com a transparência, o que pode beneficiar acionistas minoritários, evitando decisões unilaterais.

  • Consolidação na agroindústria
    A fusão criará a MBRF Global Foods, uma gigante com sinergias estimadas em R$ 805 milhões por ano.

O que investidores devem observar

  • Avaliar a diluição dos minoritários, que pode influenciar o poder de negociação no pós-fusão.

  • Acompanhar os passos da CVM e os documentos complementares, especialmente no que diz respeito a termos financeiros, sinergias e estrutura de governança.

  • Observar o impacto no mercado de ações: MRFG3 e BRFS3 recuaram cerca de 4% após o impasse regulatório

A Marfrig fortalece seu controle na BRF ao atingir 58,87% do capital, elevando-se naturalmente à condição de principal protagonista da fusão.

No entanto, a CVM mantém rigidez ao suspender a AGE por falta de informações, reforçando a importância de transparência e governança no processo. Para avançar, a emissão de dados claros será fundamental.

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