Juros dos EUA não caem em 2025 e dólar pode cair mais 10%, diz economista-chefe do Morgan Stanley

Economista-chefe do Morgan Stanley prevê que Fed deixará juros elevados em 2025 e que o dólar se desvalorizará até 10% com cortes em 2026. Entenda as implicações.

MERCADOS INTERNACIONAIS

7/22/20252 min ler

O economista-chefe do Morgan Stanley, Seth Carpenter, afirmou em entrevista ao Valor Econômico que é improvável que o Federal Reserve diminua os juros em 2025, por conta da inflação provocada pelas tarifas comerciais, apesar de um mercado de trabalho robusto.

Além disso, o banco projeta que o dólar deve se desvalorizar até 10% a mais neste ano, como resultado de cortes mais intensos nas taxas em 2026 — movimento já antecipado pelos mercados.

Principais pontos da entrevista com Seth Carpenter

  • Juros mantidos até o fim de 2025

    • A pressão inflacionária gerada pelas tarifas (tariff pass-through) exige cautela do Federal Reserve, mesmo com o emprego em níveis saudáveis.

  • Mercado de trabalho sólido

    • A política de restrição à imigração elevou os salários por reduzir oferta de mão de obra, contribuindo para manter o CPI em patamar elevado.

  • Inflação provocada por tarifas é temporária

    • A tendência é de queda em 2026, o que abrirá espaço para cortes na Selic americana.

  • Dólar deve cair cerca de 10%

    • Um enfraquecimento adicional da moeda americana parece “cenário-base razoável” conforme cortes mais profundos em 2026.

Por que isso importa para os investidores?

  • Câmbio mais favorável: se o dólar desvalorizar, importações ficam mais baratas e exportações mais competitivas.

  • Bolsa dos EUA pode lucrar: um dólar mais fraco tende a beneficiar empresas globais com alta receita internacional.

  • Risco de inflação contido: queda do dólar ajuda a segurar a inflação futura.

  • Foco no longo prazo: sem cortes em 2025, investidores devem priorizar indicadores reais e não apostas por queda imediata.

O que observar daqui em diante?

  • Federal Reserve: sinais de quando o banco central começará a cortar juros — esperado apenas para 2026.

  • Inflação e tarifas: se as pressões tarifárias diminuírem, o Fed terá espaço para reduzir juros.

  • Força do dólar: mantenha atenção ao índice DXY e às moedas globais como euro, iene e franco suíço, que podem ganhar com esse cenário.

O Morgan Stanley aposta em um cenário prolongado de juros altos em 2025, seguido de cortes importantes em 2026, com aplicação sobre uma moeda em desvalorização. Essa projeção muda o jogo para investidores que buscam equilibrar retornos, proteção cambial e exposição a ativos globais.

Para quem investe no Brasil, um dólar mais fraco também pode refletir na valorização de ativos atrelados às commodities e na redução de custo de importações e dívidas externas.

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