Ibovespa Fecha Segunda Semana em Queda: IOF, Tarifas e Dados Fracos Pesam no Mercado

Ibovespa recua 2,06% na semana com tensões políticas, aumento do IOF e fracos dados econômicos. Veja as ações que mais subiram e caíram no período.

7/19/20252 min ler

A semana de 14 a 18 de julho foi marcada por forte volatilidade e mais uma queda no Ibovespa, que acumulou recuo de 2,06%, atingindo a casa dos 133 mil pontos. O desempenho negativo refletiu uma combinação de fatores econômicos e políticos, tanto no cenário doméstico quanto no internacional.

O que pressionou o mercado?

Ameaça de tarifas dos EUA

Após a intensificação das investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governo norte-americano — liderado por Donald Trump — acenou com tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, criando um ambiente de instabilidade para exportadores e afetando diretamente a confiança dos investidores.

Aumento do IOF

O Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu parte do aumento do IOF para operações cambiais, o que encareceu investimentos e remessas para o exterior, afastando parte do capital especulativo e institucional.

Indicadores econômicos decepcionantes

O índice IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, recuou 0,74% em maio, resultado bem abaixo das expectativas. Isso elevou a percepção de desaceleração na economia brasileira e ampliou o sentimento de cautela.

Maiores altas da semana

Apesar do cenário adverso, algumas ações conseguiram se destacar positivamente:

  • PCAR3 (GPA ON): +12,77% - Impulsionada pela aquisição de ações pela família Diniz, que passou a deter 17,7% do capital da empresa.

  • PETZ3 (Petz): +8,22%

  • WEGE3 (Weg): +6,59%

  • BRAV3 (Brava Energia): +5,34%

  • CYRE3 (Cyrela): +3,83%

Outros desempenhos positivos: SMTO3, ENEV3, CVCB3, DIRR3, TOTS3.

Essas altas estão ligadas principalmente a movimentos internos específicos e a balanços positivos, apesar do cenário macroeconômico desafiador.

Maiores quedas da semana

Entre os destaques negativos, empresas de energia, petroquímica e siderurgia lideraram as perdas:

  • BRKM5 (Braskem PN): –15,16% - Pressionada pela possibilidade de venda de ativos controlados pela Novonor ao fundo Petroquímica Verde, gerando incerteza sobre o futuro da empresa.

  • USIM5 (Usiminas PNA): –8,62%

  • UGPA3 (Ultrapar ON): –8,19%

  • EMBR3 (Embraer ON): –8,08%

Outras quedas relevantes: BRFS3, VBBR3, CSAN3, B3SA3, SANB11, CSNA3.

As perdas refletem não apenas o ambiente externo, mas também revisões de projeções e mudanças em expectativas de curto prazo.

Perspectiva para o investidor

O momento exige cautela. A combinação de:

  • Aumento de impostos (IOF);

  • Risco político elevado;

  • Possível intervenção nos fluxos comerciais com os EUA;

  • E uma economia interna com sinais de desaceleração.

deixa o mercado brasileiro mais vulnerável à aversão ao risco global.

Por outro lado, as quedas recentes podem abrir oportunidades de entrada em ações descontadas, especialmente para investidores com foco de longo prazo e tolerância à volatilidade.

Oportunidades e Ameaças para o Investidor

  • IOF mais alto: impacto negativo sobre operações cambiais, especialmente BDRs e remessas ao exterior.

  • Tarifas dos EUA contra o Brasil: ameaça direta às exportações e setores ligados ao comércio internacional.

  • Crescimento econômico fraco: pressiona ações de bancos, consumo e empresas cíclicas.

  • Quedas recentes em ações: abrem oportunidades de entrada para investidores de longo prazo que buscam ativos descontados.

  • Alta em papéis específicos: alguns setores demonstram resiliência, como varejo de nicho e empresas com fundamentos sólidos.

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