BBAS3 em Queda Livre? Riscos Agrícolas e Políticos Ameaçam Resultados do 2T25

Banco do Brasil pode enfrentar novos tombos na Bolsa. Especialista da Empiricus alerta para impacto do agro e riscos políticos no 2T25. Confira análise completa.

AÇÕESONDE INVESTIR

7/22/20252 min ler

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) já caíram mais de 30% em 2025 e, segundo analistas, esse movimento ainda não chegou ao fundo do poço. A expectativa para os resultados do segundo trimestre do ano é de fraqueza, impulsionada por dois fatores centrais: o desempenho ruim do agronegócio e o risco político associado ao atual governo.

A queda já preocupa os investidores

Desde que divulgou os números do 1T25, o papel BBAS3 perdeu valor rapidamente, refletindo a frustração com os resultados operacionais, mesmo após um lucro sólido. O mercado está cada vez mais atento aos desdobramentos macroeconômicos e interferências estatais, que geram desconfiança sobre a sustentabilidade do desempenho da empresa.

Agro em retração: impacto direto no Banco do Brasil

O agronegócio é peça-chave para a carteira de crédito do BB. Em 2025, o setor já apresenta sinais preocupantes:

  • O IBC-Br de maio mostrou uma retração de 4,2% no agro, número que acendeu o alerta para o risco de inadimplência entre produtores rurais.

  • A expectativa é que o banco precise reforçar provisões e lidar com atrasos nos pagamentos, o que pressionará seu lucro líquido no 2T25.

Segundo a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, "tudo aponta para um segundo trimestre bem fraco, por conta da forte correlação com o ciclo do agro".

O peso do risco político

Além dos fundamentos, o papel do Banco do Brasil sofre com a sensibilidade ao ambiente político. A recuperação da popularidade do governo Lula e a falta de sinalizações pró-mercado preocupam os investidores:

  • A possibilidade de maior intervenção estatal afugenta o capital estrangeiro e doméstico.

  • BBAS3, por ser uma estatal, sofre duplamente: pela política e pela leitura do mercado quanto ao uso do banco como instrumento de políticas públicas.

A analista destaca que, “sem perspectiva de governo reformista em 2026, o desconto do papel deve aumentar ainda mais”.

Projeção de preço: R$ 19 ou menos?

Hoje, BBAS3 é negociada a um preço sobre valor patrimonial (P/VP) de cerca de 0,6. No entanto, o mercado pode reprecificar o papel com múltiplos ainda menores, na faixa de 0,3 a 0,4, empurrando o valor da ação abaixo dos R$ 19.

Tradução prática: a ação ainda não está barata o suficiente para atrair investidores institucionais ou de longo prazo.

Riscos no radar: resumo

Oportunidades:

  • Valuation historicamente baixo

  • Dividend yield atrativo (acima de 8%)

  • Forte presença no agronegócio (em recuperação futura)

Ameaças:

  • Aumento da inadimplência no agro

  • Pressão de provisões no 2T25

  • Intervenções políticas nas decisões estratégicas

  • Sensibilidade ao cenário eleitoral de 2026

  • Risco de corte nos lucros para políticas públicas

O que o investidor pode fazer agora?

  • Evite aumentar exposição agora, mas caso queira, faça gradualmente. O risco de novas quedas é real.

  • Acompanhe o resultado do 2T25 (previsto para agosto) com atenção total.

  • Considere alternativas em bancos privados mais blindados politicamente, como Itaú (ITUB4) ou BTG (BPAC11).

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