Escalada nas tensões entre EUA e Brasil chacoalha os mercados financeiros

Crise comercial entre EUA e Brasil afeta mercados: tarifa de 50% atinge 35,9% das exportações e pressiona dólar e Ibovespa. Entenda os impactos.

MERCADOS INTERNACIONAIS

7/31/20252 min ler

Nesta quinta-feira, 31 de julho de 2025, intensificaram-se os atritos entre Estados Unidos e Brasil, com a imposição de tarifas amealhando tensão diplomática e incerteza nos investidores.

Novo tarifaço de 50% atinge 35,9% das exportações brasileiras

Fontes ligadas ao Ministério do Desenvolvimento indicam que 35,9% das exportações brasileiras para os EUA sofrerão a sobretaxa de 50%, prevista para entrar em vigor a partir de 6 de agosto, com exceções em setores como aeronaves, energia e suco de laranja.

Paralelamente:

  • 44,6% das exportações pagarão a tarifa pré-existente de 10%

  • 19,5% restante seguirá na tarifa global habitual dos EUA, que varia entre 25% e 50%.

Em resposta, o governo brasileiro tenta negociar a reversão dos 35,9% na alíquota mais elevada.

Reações imediatas no mercado

  • O real chegou a recuar até R$ 5,61 por dólar e se estabilizou entre R$ 5,55–5,59.

  • O Ibovespa registrou queda entre 1% e 1,3%, refletindo o nervosismo dos investidores com o cenário comercial.

  • Ações exportadoras e de setores vulneráveis, como Embraer, registraram perdas significativas — ADRs nos EUA despencaram até 7,8% em um dia.

Impacto geográfico e setorial

O agronegócio lidera as exportações ao país, com produtos como café, minério, carne e combustíveis também em foco. Os principais destinos afetados incluem:

  • Petróleo bruto, semiacabados de ferro e aço, café, aeronaves, derivados de petróleo, celulose e sucros. Produtos não incluídos na tarifa de 50% como aeronaves, energia e suco de laranja tiveram alguma proteção.

Riscos de retaliação mútua

Trump deixou claro que qualquer retaliação comercial do Brasil levará a aumentos correspondentes nas tarifas americanas. O país brasileiro teria instrumentos legais para a retaliação, mas especialistas avaliam que isso só agravaria a disputa e conduziria a perdas maiores, especialmente do PIB e do emprego.

Estudos recentes estimam que custos econômicos poderiam variar de 0,16% até 6% do PIB, dependendo do grau de escalada do conflito e das medidas adotadas.

O que os investidores devem observar

  1. Redução de exposição em ações exportadoras vulneráveis, como Embraer, aves cerâmica, café e mineração.

  2. Priorizar ativos defensivos: fundos imobiliários bem posicionados, renda fixa indexada à inflação e ações com baixa exposição ao câmbio.

  3. Acompanhar decisões do governo brasileiro sobre mecanismos de defesa comercial e negociações.

  4. Contingências jurídicas nos EUA (tribunais que podem suspender as tarifas) também são um ponto de atenção.

A tensão comercial entre Brasil e EUA atinge um novo ápice com a decisão de Trump de elevar a tarifa sobre praticamente 36% das exportações brasileiras. O impacto já reverbera nos mercados e na política interna do país. Embora parte das tarifas possa ser revertida em negociação, o momento exige vigilância por parte dos investidores em relação ao risco cambial e à exposição setorial nas carteiras.

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