Por que tantas empresas estão deixando a B3? Entenda o movimento

Entenda por que várias empresas estão saindo da B3 em 2025. Veja os motivos por trás da fuga, os impactos para o investidor e como identificar oportunidades em meio a esse movimento.

7/6/20252 min ler

Nos últimos anos, uma onda significativa tomou conta da Bolsa brasileira: empresas abandonando a B3. Observar esse fenômeno não é apenas uma curiosidade — é uma pista sobre as mudanças estruturais no mercado de capitais. Vamos entender os fatores que estão impulsionando essa fuga.

Internacionalização das companhias

Controladores estrangeiros ou com atuação global têm migrado suas listagens para bolsas mais líquidas e valorizadas, como Nova York ou Paris:

  • Carrefour e JBS são exemplos de empresas que optaram por se deslistar da B3 para concentrar suas ações em NYSE, buscando maior visibilidade e melhores múltiplos de avaliação.

Fusões, aquisições e reestruturações

Operações de M&A frequentemente incluem oferta pública de compra (OPA), seguida de fechamento de capital:

  • Empresas como Santos Brasil e Wilson Sons (PORT3) tiveram partes minoritárias compradas por controladores estrangeiros, com consequente saída da bolsa.

Ambiente macroeconômico desfavorável

Juros elevados, crescimento econômico lento e alta volatilidade tornam a B3 menos atraente para novas aberturas de capital e manutenção de listagem:

  • Custos de manutenção elevados e incertezas macro motivam diversas empresas a fechar capital.

Recompras de ações em alta

Com balanços sólidos, mais de 120 empresas listadas iniciaram programas de recompra em 2025:

  • Essa estratégia reduz o número de ações no mercado, melhora o lucro por ação e sustenta dividendos — ao mesmo tempo em que atende controladores com ações sobrevalorizadas ou pouco negociadas.

O que isso significa para o investidor?

  • Liquidez reduzida: ações menos negociadas ou deslistadas podem dificultar a venda por investidores menores.

  • Oportunidades de prêmio: em OPAs, há chance de vender por um valor ligeiramente acima do mercado.

  • Sinal de avaliação: controladores acreditam que as ações estão baratas e prefiram fechar capital para assumir total controle.

É um problema exclusivo da B3?

Não. Esse é um fenômeno global:

  • Nos EUA, por exemplo, o número de empresas abertas (IPOs) também caiu, enquanto outras saíram de bolsa.

  • No Brasil, aconteceu a abertura de capital de empresas brasileiras nos EUA, demonstrando que o mercado está direcionado ao exterior.

O que acompanhar daqui pra frente?

  • Novos anúncios de fusões e reestruturações — aumentam o risco de novas saídas ou recompras.

  • Confiança no crescimento econômico — política fiscal e juros serão decisivos para atrair IPOs.

  • Novos programas de recompra — indicam empresas valorizadas que buscam elevar o lucro por ação.

A saída de empresas da B3 reflete uma combinação de fatores: busca por valorização no exterior, operações de M&A, ambiente de juros altos e estratégia de recompras.
Para investidores, o efeito é ambíguo: há risco de perda de liquidez, mas também oportunidades de ganho e sinais sobre o valor real das ações.

Em síntese: O movimento não é sintoma de fraqueza na B3, mas sim parte de uma tendência global e estratégica. Acompanhar essas transformações pode destacar oportunidades antes ignoradas pelo mercado.

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