Minerva (BEEF3) Surpreende no 2T25 com China e EUA, mas Goldman Mantém Cautela

Minerva (BEEF3) deve apresentar forte resultado no 2T25 com apoio da China e EUA, segundo Goldman Sachs. Mas riscos e dívida mantêm recomendação neutra.

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7/19/20253 min ler

As ações da Minerva Foods (BEEF3) estão no radar dos investidores após o Goldman Sachs projetar um segundo trimestre de 2025 mais forte que o esperado, impulsionado principalmente pelas exportações para China e Estados Unidos.

Apesar do otimismo no curto prazo, o banco americano manteve a recomendação neutra, destacando pontos de atenção no médio e longo prazo.

Resultados do 2T25: expectativas fortes

O Goldman estima que a Minerva irá reportar um EBITDA de R$ 1,2 bilhão, com margem de 9,5%, resultado puxado por:

  • Aumento da demanda externa, especialmente de China e EUA

  • Ganhos cambiais com a valorização do dólar

  • Fortes embarques de proteína bovina no período

Apesar disso, o número está 1% abaixo do consenso de mercado, o que reforça a visão de que o mercado já antecipou esse bom momento nos preços atuais da ação.

Por que o Goldman Sachs mantém cautela?

Mesmo com os resultados positivos esperados no trimestre, o banco lista fatores que justificam uma postura mais conservadora com BEEF3:

Alto endividamento

A empresa carrega uma dívida elevada, o que limita sua capacidade de gerar caixa livre e pode afetar o pagamento de dividendos.

Demanda por capital de giro

O crescimento exige mais capital imobilizado, principalmente para manter estoques e operações logísticas, pressionando o fluxo de caixa.

Ciclo pecuário

O ciclo de preços da pecuária brasileira pode entrar em uma nova fase a partir de 2026, o que aumentaria os custos de produção e afetaria margens futuras.

Precificação já embutida

Segundo o Goldman, o “rali” recente das ações já reflete grande parte do cenário positivo de curto prazo — o que limita o upside adicional, mesmo com bom desempenho operacional.

Oportunidades de valorização

Apesar da cautela, o banco reconhece diversos fatores que podem impulsionar o papel no futuro, como:

  • Crescimento contínuo da demanda internacional por carne bovina

  • Expansão de mercados, como Japão e Oriente Médio

  • Venda de ativos não estratégicos, que podem reduzir a alavancagem

  • Ciclo pecuário ainda favorável em 2025

  • Benefícios cambiais para exportadoras com dólar acima de R$ 5

Principais riscos

O relatório também alerta para ameaças que podem impactar negativamente o desempenho da empresa:

  • Integração da Marfrig: o processo de incorporação exige sinergias operacionais e pode trazer desafios de gestão.

  • Riscos sanitários: embargos de países importadores devido a surtos de doenças são sempre uma ameaça ao setor.

  • Pressão cambial: eventual queda do dólar pode reduzir a competitividade internacional da empresa.

  • Guerra comercial e tarifas: tensões entre países podem afetar rotas de exportação.

  • Queda de demanda na China: uma desaceleração no país asiático teria impacto direto sobre as vendas e margens da companhia.

Preço-alvo e recomendação

O Goldman Sachs revisou o preço-alvo de BEEF3 de R$ 6,00 para R$ 6,70, o que representa um potencial de valorização de 26,4% frente às cotações atuais.

Entretanto, a recomendação segue neutra, dado que os riscos mencionados ainda não foram completamente endereçados pela companhia.

BEEF3: vale a pena investir agora?

Se você busca uma empresa com grande participação no mercado internacional, forte geração de receita em dólar e exposição ao agronegócio, a Minerva pode ser uma boa opção — mas exige tolerância ao risco e visão de médio/longo prazo.

O atual ciclo positivo pode beneficiar o resultado de 2025, mas a dívida e a imprevisibilidade do mercado internacional continuam sendo fatores de atenção.

A Minerva deve surpreender no segundo trimestre de 2025 com um resultado operacional robusto, alavancado por exportações para os principais mercados globais. Contudo, o Goldman Sachs mantém uma postura de cautela, citando a alavancagem financeira e os riscos estruturais que ainda rondam o setor.

Para o investidor, a recomendação é clara: acompanhar de perto a divulgação dos resultados em 6 de agosto e monitorar a gestão da dívida e das margens. O papel pode sim entregar boa valorização — desde que os fundamentos acompanhem.

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