Marfrig e BRF avançam com fusão para criar MBRF, gigante global do setor de alimentos
Marfrig e BRF avançam com fusão para criar MBRF, gigante global do setor de alimentos
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8/3/20252 min ler


A fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) se aproxima de ser concluída, após a aprovação de 43,79% dos acionistas minoritários da BRF, consolidando mais uma etapa na consolidação da nova companhia, chamada MBRF Global Foods Company.
Próximos passos
A assembleia geral extraordinária (AGE) está marcada para 5 de agosto de 2025, às 11h, em formato digital via Zoom. Documentação deve ser enviada até 3 de agosto.
A operação prevê que cada ação da BRF será convertida em 0,8521 ação da Marfrig — a BRF será incorporada integralmente e os acionistas dissidentes poderão exercer o direito de retirada.
Participação e desafios regulatórios
A Marfrig já controla 58,87% do capital social da BRF, o que torna provável a aprovação da operação em ambas as companhias mesmo sem participação completa dos minoritários .
A CVM suspendeu duas AGEs para exigir maior transparência nos documentos apresentados — a nova AGE foi convocada após esclarecimentos.
A Minerva (BEEF3) e o fundo Latache Capital pediram ao Cade que a análise da fusão ocorra por rito ordinário, alegando risco à concorrência nos segmentos de produtos industrializados e processados, como almôndegas e quibes.
A área técnica do Cade já recomendou aprovação sem restrições, e se não houver contestações em 15 dias, a fusão será considerada definitivamente aprovada.
Por que a fusão?
A criação da MBRF Global Foods Company reunirá operações em 117 países e receita combinada estimada em R$ 152 bilhões, com forte presença no mercado dos EUA pela National Beef.
Estima-se que a operação gere R$ 805 milhões em sinergias anuais, sendo entre R$ 320 milhões e R$ 485 milhões já no primeiro ano, via otimização de logística, oferta e escala.
Reações e riscos
Após os anúncios, as ações de ambos tiveram queda de cerca de 4% em um dia, e o Ibovespa recuou 0,6% devido à incerteza jurídica e regulatória.
A Previ, importante acionista da BRF, vendeu sua participação (6%) por R$ 1,9 bilhão, evitando riscos decorrentes da operação e realocando recursos em títulos públicos de longo prazo.
Uma ação popular ajuizada pela Previ alega que a valorização do acordo é lesiva ao fundo, causando prejuízo estimado em R$ 2,6 bilhões, por relações de troca desfavoráveis à BRF.
O que os investidores devem observar
A participação de acionistas minoritários de mais de 70% (sem contar abstenções) indica apoio ao negócio, porém, a resistência dos investidores estrangeiros e dissidentes persiste.
O parecer do Cade é crucial: se houver manifestações contra em até 15 dias, a aprovação poderá ser revertida ou adiada.
A eventual fusão deve gerar valor pela escala global, mas o impacto sobre os papéis dependerá do posicionamento estratégico da nova MBRF e da condução regulatória.
A fusão entre Marfrig e BRF avança com apoio crescente dos minoritários, forte controle acionário da Marfrig, e recomendação técnica favorável do Cade. Apesar dos trâmites regulatórios ainda pendentes, a criação da MBRF representa um marco no agronegócio brasileiro com potencial de gerar sinergias relevantes e afirmar presença global.
No entanto, riscos jurídicos, oposição de minoritários e Litígios judiciais — principalmente envolvendo institutos como Previ — ainda podem alterar o curso do processo. Investidores devem acompanhar as próximas decisões até a AGE de 5 de agosto e os sinais do Cade.
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