BBAS3 em alerta: resultados do 2T25 podem decepcionar — e problema vai além do agronegócio

BBAS3 deve registrar forte queda no lucro do 2T25 e aumento expressivo na inadimplência. Veja as projeções do mercado, riscos nos resultados e o que os analistas recomendam.

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7/16/20252 min ler

O Banco do Brasil (BBAS3) está prestes a divulgar um resultado bastante pressionado para o 2º trimestre de 2025, segundo analistas. O Safra aponta que o lucro deve cair cerca de 51% em relação ao ano anterior, atingindo cerca de R$ 4,64 bilhões — o pior resultado entre os grandes bancos.

“Novo vilão” da carteira de crédito

Embora o agronegócio siga sendo um setor sensível, a crise no crédito corporativo, especialmente nas linhas para pequenas e médias empresas, pode agravar ainda mais os números .
O índice de inadimplência acima de 90 dias deverá subir em torno de 1,45 p.p., alcançando cerca de 4,45%, elevando as provisões em quase 80% para aproximadamente R$ 14 bilhões

Indicadores de rentabilidade desanimadores

O ROE do BB deve cair para cerca de 11%, valor que representa uma das piores rentabilidades em quase uma década — muito abaixo do patamar de 21,6% no mesmo período de 2024 e inferior ao custo de capital da instituição (Aproximadamente 14,9%).

O Goldman Sachs também projeta ROE em 11%, e prevê um lucro entre R$ 5 bilhões e R$ 5,4 bilhões, dependendo das provisões — bem abaixo das estimativas anteriores.

Estimativas e recomendações revisadas

  • O Safra mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 para o fim de 2025.

  • A XP revisou projeções de lucro para R$ 5,4 bilhões (de R$ 6,4 bilhões) e reduziu o preço-alvo para R$ 32 mantendo recomendação neutra.

  • O Goldman Sachs, também com recomendação neutra, estipula preço-alvo em R$ 23, afirmando que as ações ainda podem cair caso a deterioração do crédito persista.

O que está no radar dos investidores

  • Inadimplência em alta: fatores como a crise no agro e no crédito corporativo geram pressão nas provisões.

  • Guidance suspenso: o banco seguiu sem atualizar previsões de resultados, reduzindo a visibilidade.

  • Dividendos pressionados: diante da deterioração, o payout deve ser reduzido para proteger capital — estimativas apontam para cerca de 30–35%.

  • Sentimento negativo no mercado: aumento de posições vendidas e revisões para baixo por corretoras como XP, BTG, Santander e Goldman.

O 2T25 deve trazer um resultado decepcionante para o BB, com destaque para:

  • Queda forte no lucro e ROE

  • Inadimplência e provisões que pressionam o balanço

  • Revisões de guidance e dividendos

A recomendação predominante é neutra, com preço-alvo entre R$ 23 e R$ 32, e os papéis negociando entre 4–5 vezes o lucro estimado para 2025. Para o investidor, a estratégia mais prudente é monitorar de perto os indicadores de crédito, a divulgação oficial dos resultados e o nível das provisões antes de tomar decisões.

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