BBAS3 tenta recuperação após queda de quase 7%, mas incertezas seguem altas
BBAS3 tenta se recuperar após queda de quase 7% com revisões negativas do BTG e risco geopolítico ligado à Lei Magnitsky. Lucro e dividendos projetados caem, e cenário exige cautela.
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8/4/20253 min ler


As ações do Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de cerca de 3% nesta segunda-feira (4 de agosto), entre as poucas altas do Ibovespa, após uma forte queda no pregão anterior. Apesar da recuperação pontual, o papel acumula perdas de mais de 6,8% em um único dia, e passou a liderar as perdas do índice (Ibovespa fechou em –0,48%).
O movimento ocorreu após o BTG Pactual revisar para baixo suas projeções para o 2º trimestre de 2025 e manter recomendação neutra para BBAS3, com novo preço-alvo de R$ 19,70/R$ 24, conforme diferentes relatórios.
Por que a queda é tão forte?
Resultados do primeiro trimestre ruins e impacto da Resolução CMN 4.966
No 1T25, o lucro líquido ajustado caiu 20,7% em relação a 2024, totalizando R$ 7,374 bilhões, com ROE em 16,7% — uma queda expressiva ano a ano.
A Resolução CMN nº 4.966 impactou fortemente o BB: trouxe obrigação de antecipar provisões e levou a maior deterioração da carteira de crédito rural, cuja inadimplência subiu de 1,19% em 2024 para 3,04% em 2025.
Revisões severas do BTG e visão negativa para o 2T25
O BTG estima que o lucro do banco para o 2T25 será de apenas R$ 5 bilhões, com ROE de 11,1%, bem abaixo do padrão histórico. A previsão anual caiu ainda mais: lucro estimado em R$ 23,5 bilhões para 2025 (–20%) e R$ 28,2 bilhões para 2026 (–10%).
O banco também alertou para risco adicional devido à Lei Magnitsky nos EUA, que pode atingir o BB por causa de sanções ao ministro Alexandre de Moraes — uma possível preocupação para instituições com operações internacionais.
Principais riscos para BBAS3
Crédito rural em deterioração persistente: o agronegócio segue como maior vulnerabilidade da tese de investimento, com estimativas de piora contínua na carteira de crédito.
Provisões elevadas e margem comprimida: aumento nas provisões pressionando os resultados. Projeções apontam para queda de até 29% na margem financeira.
Dividendos e guidance com baixa visibilidade: payout reduzido para cerca de 30%, frente ao histórico de 40%; guidance revisto para baixo em múltiplas linhas de negócios.
Risco de sanções internacionais: a Lei Magnitsky adiciona fator de risco geopolítico e reputacional, especialmente se operar com entidades vinculadas ao sistema de justiça dos EUA.
E agora? Vale comprar BBAS3?
Cenário conservador
Para investidores que priorizam disciplina conservadora e esperam por clareza sobre inadimplência e recuperação de resultados, manter a recomendação neutra é coerente.
Cenário otimista
Ainda há quem veja o papel como descontado demais: múltiplo P/BV em 0,63x e yield estimado em torno de 5,6% em 2025, abaixo de bancos privados como Itaú, mas o risco é que esse desconto já incorpore grande parte dessas incertezas.
Resumo dos principais pontos
🔻 Queda de até 6,85% em um dia, acumulando quase 7% de perdas no mês;
🧾 Lucro do 1T25 recuou 20,7%, com elevada provisão para crédito rural;
📉 BTG revisou lucro para R$ 5 bi no trimestre, ROE de 11,1%, guidance reduzido;
⚖️ Lei Magnitsky pode criar barreiras legais nos EUA;
🧾 Recomendação neutra mantida, preço-alvo entre R$ 19,70 e R$ 24;
💸 Dividend yield em queda, agora estimado em aproximadamente 5,6%.
BBAS3 enfrenta um momento de forte pressão por diversos ângulos: resultados fracos, deterioração acelerada da carteira rural, provisões crescentes e risco geopolítico. O cenário exige cautela até que os números do 2T25 sejam divulgados — com a previsão de publicação para 14 de agosto. Para investidores que buscam renda acessível ou dividendos, a ação ainda pode ter alguma atratividade, mas a incerteza pesa fortemente contra novas entradas.
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