Auren Energia (AURE3): valuation descontado, mas com riscos elevados

Ação AURE3: veja análise completa sobre Auren Energia, seus riscos, potencial de valorização após fusão com AES Brasil e o impacto da alta alavancagem no curto prazo.

ONDE INVESTIRAÇÕES

7/12/20252 min ler

A ação da Auren Energia (AURE3) tem performance instável em 2025. Após início de ano próximo a R$ 8,50, o papel atingiu cerca de R$ 9,10 no fechamento de 11 de julho. Apesar de indicadores fundamentalistas pouco atraentes e elevada alavancagem, grandes analistas veem potencial de valorização.

Resultados e alavancagem

Referente ao 4T24, a Auren reportou prejuízo líquido de R$ 32,6 milhões, com Ebitda ajustado de R$ 3,3 bilhões (+35% da receita líquida). A dívida líquida chegou a R$ 18,9 bilhões, resultando em alavancagem de 5,7x.

Alta dívida e custos financeiros pressionam o lucro e elevam o risco para o investidor.

Valuation e recomendação dos analistas

  • Genial/Analisa mantém recomendação de “manter”, com preço-alvo conservador de R$ 9,00, destacando que o cenário atual de chuvas fracas é conjuntural e oferece uma “oportunidade” em valuations baixos.

  • XP elevou o preço-alvo para R$ 13,30, com recomendação de compra (potencial de +47%). A justificativa inclui a fusão com a AES Brasil, sinergias estimadas em R$ 1,2 bilhão, e TIR real atrativa em Aproximadamente 19% frente à média do setor.

  • A XP chama atenção para os riscos: alta alavancagem, juros elevados e incerteza nos dividendos no curto/médio prazo.

Diversificação operacional e ESG

A Auren é uma plataforma de energia 100% renovável, com principais ativos em geração hidrelétrica, eólica e solar. Após a fusão com a AES Brasil, tornou-se a terceira maior no segmento, com capacidade instalada de 8,8 GW.

Apesar de elevado risco, a tese ESG e a diversificação favorecem o posicionamento estratégico.

Pontos fortes

  • Valuation descontado: negociada abaixo ou próxima ao modelo de preço justo (R$ 9,00–13,30).

  • Sinergias: fusão gera sinergias de R$ 1,2 bi e uso de créditos fiscais da AES.

  • Diversificação de fontes melhora resiliência operacional.

Principais riscos

  • Alta alavancagem (5,7x dívidalíquida/Ebitda) reduz fôlego em juros altos.

  • Prejuízo recente e consumo de caixa nesta fase inicial.

  • Depende fortemente da captação de sinergias para reverter cenário mais vulnerável no médio prazo.

Conclusão e recomendação

AURE3 oferece uma entrada interessante para investidores de perfil moderado a arrojado, especialmente aqueles interessados em energia renovável, ESG e fusões estratégicas. O valuation descontado e o suporte das sinergias compõem uma tese de valorização de médio prazo.

No entanto, os riscos macro (juros e chuvas), a alavancagem e a ausência de lucros no curto prazo exigem cautela. Para quem acredita na capacidade de execução da gestão e na retomada de resultados, o potencial de valorização justifica uma posição inicial com acompanhamento constante dos indicadores de dívida e geração de caixa.

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